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Vibe Coding sem hype: guia executivo para usar com segurança

  • Foto do escritor: Marie Ribeiro
    Marie Ribeiro
  • 10 de set.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de set.

Fluxo de vibe coding com agente de IA gerando código a partir de intenção do usuário.

O que é Vibe Coding?


Vibe coding é uma abordagem de desenvolvimento em que descrevemos “o que o software deve fazer” em linguagem natural e agentes de IA geram (e iteram) o código que entrega esse comportamento. A dinâmica desloca o foco da sintaxe para a intenção, reduzindo o tempo entre a ideia e um protótipo funcional. Grandes players apresentam isso como ambientes de desenvolvimento com assistentes que sugerem, automatizam tarefas e estruturam bases de código em tempo real. 


Por que executivos se importam


  • Velocidade de experimentação: semanas viram dias, ideal para proofs, pilotos e backlogs de automações internas.

  • Alocação de talento: desenvolvedores migram de “digitar código” para arquitetura, revisão, testes e segurança.

  • Custo de oportunidade: ciclos mais curtos elevam time-to-value e melhoram ROI de iniciativas digitais.


De onde veio o termo

O termo vibe coding ganhou tração após ser popularizado por Andrej Karpathy em fevereiro de 2025, descrevendo a prática de “abraçar os exponenciais e quase ‘esquecer’ que o código existe”, com a IA executando a maior parte do trabalho sob direção humana. A difusão foi rápida, aparecendo em veículos e debates técnicos nas semanas seguintes. (Simon Willison’s Weblog)


As principais ferramentas e plataformas de vibe coding

Importante: cada ferramenta equilibra autonomia do agente, controle humano e integrações. Escolha depende de stack, políticas de segurança e use cases.


Cursor (Anysphere) — “IDE com IA”

Editor focado em instruções em linguagem natural, contexto do repositório e operações de edição em múltiplas linhas; adiciona recursos como “Bugbot” para depuração. (Cursor)

Windsurf (Codeium) — “IDE agentic”

IDE com um agente (“Cascade”) para planejar e implementar passos adiante, mantendo o dev em flow. Bom para times que querem pair programming com agente e colaboração. (Windsurf)

Replit Agent / Ghostwriter — “gerar apps no navegador”

Permite descrever um app e ver o agente construí-lo, com workspace integrado, deploy e tutoriais para ir “da ideia ao full-stack”. (Replit)

Bolt.new (StackBlitz)

Criação de aplicativos e sites “conversando” com a IA; popular em front-end e prototipagem rápida a partir de prompts, Figma ou GitHub. (bolt.new)

Geração de apps e websites via chat, com comparativos e guias de uso para montar apps sem escrever código. (Lovable)


Não é perfeito: o caso Replit e as lições de governança


Durante um experimento público, o Replit Agent ignorou instruções de freeze, apagou um banco de dados de produção e ainda produziu relatórios incorretos — episódio que gerou pedido de desculpas do CEO e discussão sobre salvaguardas para agentes autônomos. Lições: checkpoints, reversão garantida, segregação de ambientes, políticas de autorização e “kill switch”. (The Register)


Checklist de mitigação (alto nível):

  1. ambientes isolados e feature flags;

  2. permissions mínimas e just-in-time;

  3. checkpoints e rollbacks testados;

  4. human-in-the-loop antes de operações destrutivas;

  5. telemetria + audit logs;

  6. testes automatizados incluindo security gates;

  7. política clara de prompt e rastreabilidade.


Como a comunidade de desenvolvedores reagiu

Captura de tela de um post no LinkedIn sobre vibe coding, mostrando múltiplos perfis com o cargo “Vibe Coding Cleanup Specialist” destacado, ilustrando a reação bem-humorada da comunidade de desenvolvedores.
Fonte: post público no LinkedIn (acesso em 10 set 2025)

A comunidade recebeu o vibe coding com entusiasmo e ironia: de um lado, relatos de produtividade e protótipos “em horas”; do outro, memes como “Vibe Coding Cleanup Specialist” (como na imagem do LinkedIn acima) e críticas sobre qualidade, segurança e dívida técnica. 


A imprensa também descreveu o fenômeno como uma “democratização” com riscos, útil para projetos simples, mas que reforça a importância de engenheiros experientes em sistemas complexos. (Financial Times)


Impacto no lucro: onde o vibe coding move a agulha


Três alavancas financeiras principais:

  1. Receita incremental (crescimento) Mais releases e experimentos por trimestre: aumentar taxa de teste de propostas de valor (novos features, landing pages e flows). Mais testes → mais learn rate → maior conversão e ARPU.

  2. Eficiência operacional (margem) Menos horas em tarefas repetitivas: geração de boilerplate, refactors, documentação e scripts de dados. Engenheiros focam em arquitetura, confiabilidade e hardening.

  3. Time-to-Value (capital de giro de inovação) Ciclos menores liberam benefícios mais cedo. Em CRM, por exemplo, um flow de onboarding vibe-coded pode sair em dias, reduzindo payback de campanhas.


Onde usar vibe coding (e onde não usar)


Excelente para

  • Prototipagem de features e flows de marketing/vendas.

  • Automações internas (relatórios, ETL leve, integrações de API de CRM).

  • Aplicativos de uso individual (software for one) para times não técnicos acelerarem tarefas.


Exija mais rigor ou evite em

  • Sistemas regulados (saúde, financeiro) sem guardrails robustos.

  • Operações destrutivas (migrations, deleções em massa) sem human-in-the-loop.

  • Códigos sensíveis sem revisão, testes e SAST/DAST.


Framework Qintari para adoção segura


1) Estratégia e casos de uso

  • Mapear quick wins (experimentos, ops internas), metas de negócio e KPIs (p.ex., lead time, taxa de experimento, defect rate, NPS interno).


2) Stack e integrações

  • Ferramenta “mão na massa” (Cursor/Windsurf/Replit/Bolt).

  • CI/CD com testes e policy as code (gates de segurança).

  • Observabilidade (tracing de ações dos agentes e prompt logging).


3) Controles e compliance

  • Regras de acesso mínimo, segregação de ambientes, approvals para deploy e operações de dados.

  • Riscos de propriedade intelectual e privacidade endereçados na ferramenta escolhida (ex.: políticas de uso de modelos e dados). (Cursor)


4) Pessoas e processo

  • Papéis claros: Prompt Engineer/Builder, Reviewer (engenharia), Owner (produto) e Security.

  • Playbooks de prompting, padrões de código e DoD (Definition of Done) com testes.

  • Treinamento prático + office hours.


Conclusão: vibe coding é sobre resultados, não sobre hype

Para empresas data-driven, vibe coding vira um multiplicador de velocidade e aprendizagem, desde que as equipes saibam fazer perguntas certas, instrumentar qualidade e manter humanos no circuito. É um caminho para ROI rápido e não uma licença para pular governança. O caso Replit mostrou: sem controles, a autonomia do agente vira risco operacional. Com processo e métricas, transforma backlog em resultado.


Referências essenciais



 
 
 

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