GenAI em 2025: 7 insights práticos do report da Capgemini
- Marie Ribeiro
- 8 de set.
- 4 min de leitura
A adoção de GenAI saiu do “piloto” para o “core” em grandes empresas, mas custos, governança e preparo para colaboração humano-IA ainda são os grandes gargalos.

Por que este report importa
A Capgemini analisou como organizações acima de US$1 bi de receita estão extraindo valor de IA tradicional, GenAI e AI Agents cobrindo adoção, investimento, ROI, governança e impacto na força de trabalho. É um termômetro útil para calibrar seu roadmap e suas metas de ROI.
7 insights que você precisa levar para o próxima reunião estratégica
1) Adoção de GenAI virou mainstream
A implementação saltou de 6% (2023) para 30% (2025), com 93% das empresas já explorando, pilotando ou escalando. Funções líderes seguem sendo Customer Ops, Marketing, Risco e TI. Satisfação com resultados já beira 80%.
O que fazer: priorize casos “core revenue/cost” nessas funções e crie um playbook de roll-out por domínio.
2) O dinheiro está indo para GenAI e precisa ser bem gasto
88% das empresas aumentaram o investimento no último ano (+9% na média) e 61% planejam seguir aumentando, mas o report alerta para “bill shocks” de nuvem e defende SLMs como alternativa custo-eficiente quando possível.
O que fazer: institua FinOps para GenAI, com guardrails de custo por workload/modelo e benchmarking SLM vs LLM.
3) ROI está chegando e a percepção é positiva
79% estão satisfeitas com os resultados, com ROI esperado em 3,2 anos na média. Os ganhos mais relatados: diferenciação de produtos/serviços e vantagem competitiva.
O que fazer: padronize métricas de valor (tempo-até-insight, conversão, AHT, resolução 1ª chamada, defeitos por KLOC etc.) e acompanhe por “use case P&L”.
4) AI Agents saíram do hype para a prática, mas ainda no início
14% já operam agentes em escala parcial/total; 23% estão em piloto. Quase 85% dos executivos esperam que agentes assumam processos nos próximos 3–5 anos; ~45% dos que já escalam estão testando multi-agente.
O que fazer: selecione 2–3 processos de alto volume/repetição (ex.: triagem de tickets, reconciliação, alertas de risco) e desenhe workflows agentificados com human-in-the-loop e trilhas de auditoria desde o dia 1.
5) Confiança e governança ainda travam escala
71% dizem não confiar totalmente em agentes autônomos para uso corporativo; só 46% têm políticas de governança estabelecidas e quase metade relata baixa adesão interna.
O que fazer: implemente AI Governance com escopo de atuação, rastreabilidade, avaliação de risco e compliance ético (comitê, auditorias, monitoramento contínuo).
6) Sustentabilidade: reconhecemos o problema, mas ainda medimos pouco
54% concordam que GenAI tem maior pegada de carbono que TI tradicional, porém só 20% medem especificamente o impacto ambiental de GenAI. Falta de transparência dos provedores é citada como barreira.
O que fazer: exija métricas de energia/carbono de fornecedores, priorize modelos menores, inference eficiente e energia renovável na arquitetura.
7) O fator humano virou prioridade operacional
A maioria das empresas ainda não redefiniu papéis, rituais e KPIs para times híbridos humano-IA. Ao mesmo tempo, 67% dizem que precisarão reorganizar estruturas para colaborar melhor com agentes, mas apenas 59% se sentem preparadas em skills.
O que fazer: crie um capability model (skills, responsabilidades, KPIs de agente), rituais de colaboração (ex.: AI-led standups) e Academia de IA para upskilling contínuo.
GenAI deixou de ser um experimento e virou infraestrutura estratégica e os vencedores serão os que tratarem a IA como um “sistema operacional” do negócio, não como um projeto paralelo. O report da Capgemini mostra que a direção é clara: focar em casos com impacto direto de receita/custo, controlar o TCO com FinOps e modelos enxutos, “agentificar” processos com governança e telemetria desde o dia 1, preparar pessoas e KPIs para times híbridos humano-IA e medir a pegada ambiental para crescer com responsabilidade.
Se você quer acelerar essa virada com baixo atrito, a Qintari pode conduzir um Value Sprint e um AgentOps Starter para colocar resultados em produção com segurança e previsibilidade.
Fontes: Capgemini Research Institute — “Harnessing the value of AI: Unlocking scalable advantage” (2025).
Glossário rápido
Termo | Em uma frase | Por que importa |
IA Generativa (GenAI) | Modelos que criam texto, imagens, código e outros conteúdos a partir de prompts. | Base dos casos de uso citados e do ganho de produtividade. |
LLM vs. SLM | LLM: modelos grandes e versáteis; SLM: modelos menores/especializados. | Ajuda a equilibrar qualidade, custo e latência por caso de uso. |
Agente de IA | Software autônomo que percebe, decide e executa tarefas com metas e ferramentas. | É o próximo passo além de chatbots: faz, não só responde. |
Arquitetura Multiagente | Conjunto de agentes que cooperam (planejador, executor, validador etc.). | Escala processos complexos com qualidade e resiliência. |
Human-in-the-Loop (HITL) | Pessoas supervisionam decisões da IA com aprovações/correções. | Reduz risco, melhora qualidade e acelera a adoção. |
RAG | Busca dados confiáveis e injeta no prompt antes da geração. | Aumenta precisão, reduz alucinações e protege dados. |
FinOps de IA | Governança de custos (orçamento, rate limiting, caching, “prompt budget”). | Evita “bill shocks” e melhora o TCO por workload/modelo. |
AI Governance | Políticas, controles e auditorias para uso responsável da IA. | Necessário para conformidade, segurança e confiança. |
Guardrails | Restrições técnicas/operacionais (escopo, filtros, checagens). | Mantêm a IA dentro de limites seguros e auditáveis. |
AgentOps & Telemetria | Práticas e métricas para operar agentes (logs, avaliações, SLOs). | Permite medir desempenho, investigar falhas e iterar rápido. |
TCO vs. ROI | TCO: custo total (infra, licenças, pessoas); ROI: retorno financeiro. | Define prioridades e comprova valor ao negócio. |
P&L por caso de uso | Mini-demonstração de resultados por iniciativa de IA. | Dá visibilidade de receita, economia e payback por caso. |
KPIs híbridos (Humano-IA) | Métricas que combinam produtividade de pessoas e de agentes. | Mostram efeito real na operação (ex.: AHT, FCR, NPS). |
ESG & Pegada de carbono | Medição/gestão do impacto ambiental e social da IA. | Garante crescimento responsável e atende a exigências de clientes/reguladores. |




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